Toca do coração
É muita saudade pra pouco eu...
No dia 22 de maio de 2016, aproximadamente às 21h45, recebi a ligação de meu pai. A notícia? Algo que mudaria a vida de nossa família pra sempre. Meu amado irmão, o caçula, o nosso Gudinha (apelido carinhoso) havia nos deixado.
E o silêncio se instaurou por muito tempo...
O dia 22 nunca mais foi um dia comum, aquela segunda-feira não seria um dia comum, o mês de maio, o ano de 2016 não foi um ano comum. Marcou pra sempre, é como quando você tira uma foto em família e alguém não está presente. As datas comemorativas sentem a falta do Funeca. Nosso Nuan, Nina e Laura não o conheceram pessoalmente. Bah, e como faz falta!
Perder um irmão causa um buraco no coração, um vazio na alma por tudo aquilo que ainda poderíamos viver juntos. As lembranças passam a ser um consolo e aos poucos vão preenchendo a alma, devagarinho. Tempo ao tempo.
E para os meus pais? O que seria perder um filho? Não existe uma palavra que defina isso, até porque tamanha é a dor que jamais poderia resumir em uma palavra ou definição.
E naquele dia, tudo foi feito como tinha de ser. As orações, homenagens, a tristeza sentida, os abraços de consolo e o voltar para casa com a dor do nunca mais. Sim, infelizmente não estamos preparados para a morte, o nunca mais ver.
No entanto, prefiro acreditar que esse nunca, na verdade é daqui a pouco nos vemos... Em outro plano, outra morada, no além do infinito onde nossas consciências poderão se encontrar novamente e transbordar um sentimento de paz e amor. Talvez assim como é nos sonhos, aqueles poucos que tive com meu irmão. Que o abracei e pude sentir seu cheiro de que tanto tenho saudade.
E assim seguimos, com a saudade e todas as lembranças... Por muito tempo nossa família não falou, um silêncio que minha mãe tinha dificuldade de entender. Ah! Minha mãe, nos perdoe por nosso silêncio e por não percebermos o quanto era importante para você contar as histórias dele.
Com o tempo, este silêncio ensurdecedor foi se quebrando e conseguimos conversar, contar o que sentimos, como tocamos a vida, como lidamos com a falta que Ele nos faz.
Nosso Gudinha amado, dono da cabeça mais cheirosa do mundo e de um coração puro e generoso. Que presente tivemos por convivermos contigo. Quanto aprendizado você nos proporcionou e ainda proporciona.
Um dia alguém me disse uma frase mais ou menos assim: “Feliz daquele que um dia vai embora e deixa a saudade no coração daqueles que ficam”. E você nos deixou muita saudade, não só para nossa família, mas os inúmeros amigos que você conquistou em sua curta passagem por essa vida.
Talvez a maior de todas as lições que nossa família pode perceber com sua partida é que devemos amar, com toda a força e alma. Devemos beijar, abraçar muito. Devemos estar juntos, mesmo que distantes. Devemos nos aceitar e sermos apenas uma família que está aqui só de passagem e disposta a aprender uns com os outros, sempre no Amor!
Eron, Gudinha, Funi, Bus... Um dia vamos nos encontrar e será incrível!
Ps. : Perdoem-me se fui melancólica em minhas palavras... O sentir, hoje me fez assim. É muita saudade pra pouco eu...